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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Estático

No canto da sala a teia de aranha é tão visível
que ninguém ousa retirá-la.
No sofá o jornal não fala, quieto como uma
cobra enrolada
enquanto o verão não chega.
Falar em cobra lembra a minha infância
sem respostas às perguntas que não fiz,
às fantasias não formuladas - quanto mais vividas
Tempo do meu avô.
Meu avô sentado na calçada em frente ao bar,
naquela cadeira surrada, sem braços,
onde o dono lhe servia aguardente.
Quando eu passava por ali eu mudava de calçada
enquanto uma teia de aranha que só eu vejo
cobre meu
rosto.


Antõnio Fagundes

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