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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Talvez Navegue





Talvez

navegue

Num mar

sem água

Numa vida

sem mágoa

Num coração

que não afaga.


Para quê?

Enfia-me

uma adaga...




Alexander Bispo

Uns Anos a Mais




Acredito no amor
Acredito na paixão
Por ter uns anos a mais
Não importa, quem manda é o coração

Sou sutil como as ondas do mar
Na calmaria de um verão
Entrego-me à nobreza
Tenho amor no coração.

Quando nas noites longas
Ouvires alguém te chamar
Sou eu te admirando
E querendo muito te amar

Tenho alguns anos a mais
Mas isso não importa, pois,
Tenho amor e saudade no coração
Deixa eu te chamar: Solidão



Antônio Fagundes

Alma de Outrem




É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.


Fernando Pessoa

sábado, 6 de agosto de 2011

Noite Vazia




Foda-se a simetria!!

Meu sentimento é que me guia...

Noite fria e vazia,

Conspirando com a solidão,

Peça a esta dama que

Devolva-me o coração...

Alegria que me pertence,

Não abandone a quem você alivia.

Nesta noite vazia,

Só tua presena me confortaria...








Alexander Bispo

Conquista da Liberdade




Na busca inconstante,
do percurso sol e vida
saciei a sede com a despedida.
Brindei ao raiar de um novo dia,
a festejar alegria.

Fiz um verso e prosa
numa ânsia louca de acordar,
- a perdoar os infelizes desta vida.
E numa vontade desiludida,
me libertei:

Estar consciente
razão de luta
Galopar por estradas e vilas
esperando encontrar nos rostos a certeza
de raiar a cada dia,
Sacudir a poeira do passado
- Cantei ao presente
como um Deus proibido,
chamei ao rei Sol uma leve canção
rumo a liberdade, de uma nova sempre-viva.
Brilhei desguarnecido
a olhar sobre fitas
o amor,
luz
e vida.




Antônio Fagundes

Modigliani e a Mulher




Quando conhecer sua alma, pintarei seus olhos.
Amedeo Modigliani










Dada a quantidade de nús maravilhosos que Modigliani pintou, deverá concluir-se que nunca chegou a conhecê-la...

Tarefa nada fácil...






(imagem e texto da net)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Confusão...




Paro por um instante

OBSERVO MINHA VIDA

Algo não muito distante...

Perto desta etapa

Que se inicia
OU SE ENCERRA

Não importa
Agente só aprende
QUANDO ERRA

como será
DAQUI PRA FRENTE?

Não sei...
Mas quero você
PRESENTE

Tanto
a ponto

Que eu possa confundir

EU E VOCÊ
na minha MENTE...




Alexander Bispo

Memórias de Amor




O amor tem memória
E guarda na mente as canções que um dia
Cantei pra ti...
Os murmúrios e as vozes,
As traições, os medos...
- O beijo roubado -
As tuas confissões mais íntimas.
Os anos passaram,
Como também passam as estações...
Mas as lembranças permaneceram,
Assim como sementes... frágeis sementes,
Que se escondem por algum tempo
E depois desabrocham.
Ao ver-te, alguns anos mais tarde,
Em vão fui buscar aquela menina cheia de sonhos
E de inocência... pois a menina virara mulher,
E não mais encontrei a graça da inocência
Em teu olhar.
Estava tão nebuloso!... Tão cheio de ódio!!
E hoje... talvez, ao leres esta poesia,
A ti mesma perguntarás:
De que menina e de que tempo ele estará falando?...
E certamente... certamente, não compreenderás!!
Não compreenderás??...



Antônio Fagundes

Encontro com a Solidão




Me amparo no calor e no frio,
na busca do que sei nunca encontrar!

Aqui se torna mais longe o meu retorno
Porque em choro silencioso escondo lágrimas.
Tormentos em faces de alegrias!
Enquanto dormem, faço versos!

Busco lugares, destroços, e rios!
Pinto todos de cores pálidas e depois rasgo!
Caminho entre o tempo e escorrego pelo espaço.
E encontro o desolar da solidão.



Jaak Bosmans

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Confissão




Criança petulante

Mulher irradiante

Alma de menina

Idade de mulher

Teu jeito me alucina

Peça tudo o que quer


Paixão?

Ilusão?

Diga-me agora

Antes que eu vá embora...

Faz parte da minha razão.





Alexander Bispo

Buquê de Flores




Fiz de minha vida um grande buquê de flores

Mas não encontrei a quem dar. E assim as flores,

uma a uma, Começaram tristemente a murchar.

Umas cairam como lágrimas, Outras de pura

melancolia, Nesta vida de desenganos Caíram

algumas, até mesmo, de alegria. Mas que buquê

tão estranho... Ao invés de sumir ele cresce.

Pra cada flor que se inclina Mais um espinho

aparece. Só que as flores de minha vida

Logo caem sem choro ou ais. Mas, os espinhos

bem fundo ferem E não me deixam nunca

mais.



Antônio Fagundes

Amargo recheio




Descubro-te desnuda
E debruço,
No escuro pra te embalar
Como em noite de luar,
Em toques de ternura.
Te escuto o silêncio.
Te falo calado.
Sem enfado me descubro desnudo,
E rebusco nestes dois corpos
Aquele que é um só.
Me recubro de lembranças,
Mas recuso voltar no tempo.
Me envolvo em travessuras,
Travesseiros, mas sem teus seios.
De culpas recheado, já percebo
Apenas dormências.
Reminiscências de um gostar de você,
Na permanência da sua ausência.


Jaak Bosmans