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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Somente Para Te Amar
Vícios da paixão,
Vestígios de um coração,
Começam a aparecer.
Em você começo a me perder...
Quero ensinar
Com você estar
Quero aprender
A amar como você.
Vem e me ensina,
Com teu jeito de menina.
Hoje quero te encontrar,
Somente para te amar...
Alexander Bispo
Fazer Amor com Você
Espreguiçando-me levanto,
Querendo beijar tua fronte
Orgulhoso de tua beleza.
Abro os braços num gesto de delicadeza,
Tentando te abraçar.
E mais eu me levanto
Vou mais alto.
Querendo ver-te nua,
Afago teus cabelos
Aqueço o teu corpo
Que sua.
Faceira e convencida
Do que merece
Tu te ofereces.
Deixando-me louco,
Que na ânsia de amar
O teu corpo. Todo.
Subo tanto que
Já não te alcanço.
Chorando me despeço,
Prometendo voltar amanhã
E talvez num dia de louvor
Talvez até, com você
Fazer amor!!!
Antônio Fagundes
Neste Momento
Neste momento,
penso em você e então
quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e
me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento e
estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí,
agora...
neste momento,
em pensamento...
no vento.
Roberto Shinyashiki
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Egocentrismo
Egocentrismo do meu ser
Inebrio-me de prazer
Tolo idiota
A pensar em você
Não por te amar
Mas
Por ser você
A única
A me completar
Alexander Bispo
Só...
Só...
Estou sozinho
Olhando o firmamento
Pontilhado de estrelas mil
Sinto que a brisa quente e doce,
Traz o aroma das rosas desfolhadas
E a melodia de uma valsa inesquecível.
Penso em você distante, em outras plagas
E a saudade me invade o peito pouco a pouco,
O oceano imenso nos separa impiedosamente,
Mas, se neste instante você fitar o céu,
Verá uma estrela cadente e fugaz
Desenhando um facho luminoso.
Já não estou mais só.
Seu olhar atraído
Pela mesma luz,
Se encontrou
Com o meu
No céu.
Antônio Fagundes
Posso Escrever os Versos Mais Tristes Esta Noite
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Pablo Neruda
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Pensando em Ti
Razão do meu rabisco
Penso em você
e nem pisco
Nem imagino onde estarás
Espero te encontrar
Sonho-te
Dispo-te
Sacio-me
Mas por um momento
volto a respirar
Para que
cheio de ar
Volte em você
a pensar.
Alexander Bispo
Mecânica da Vida
De repente...
Sou pego de surpresa
Pela fatídica mecânica da vida,
Que vai matando aos poucos
Os restos de poesia
Que ficaram sangrando dentro da alma,
Nebulando a minha paisagem
E paralisando a minha expressão!...
E as engrenagens giram, giram, giram...
E sobre a estante do quarto,
Caixas de Valium e Tofranil,
Algumas poesias perdidas
Na amarelada folha de papel,
E uma Parker, com o teu nome gravado...
Que - infelizmente -
Nunca mais escreveu nada,
Nada, nada...
Antônio Fagundes
A vida e o livro...
A tragédia do homem é esta: confundir o cenário teatral com o da vida.
Nas alturas em que os outros filósofos acham necessário escrever livros, eu escrevo um pequeno parágrafo. Se um livro é realmente necessário, julgo que deve guardar-se o maior silêncio.
Nietzsche
domingo, 30 de outubro de 2011
Amor e Conquista
Repenso meu pensar
Me analiso sem parar
Tento raciocinar
Porquê não permites
me aproximar?
Não sei...
Medo Talvez.
diferenças, quem sabe
Os dois,
possível
So relembro
O amor é como um lago
a brilhar
Você só saberá como está a água
se mergulhar
Pois do contrário
só irá se enganar...
Me deixa te conquistar?
Alexander Bispo
Alguns Ventos
Você!...
Foi como alguns ventos,
Que passaram na minha vida
E inspiraram
A canção e a poesia...
Alguns alterando rotas,
Mistificando a vida, ironizando a morte...
Outros,
Arrastando pra muito longe
As folhas da árvore da minha vida,
E apagando a luz
Das poucas velas que ainda iluminavam
A esperança.
Antônio Fagundes
Até...
Atrevi a um pequeno brilho em noite de estrelas
Me perdi em cantigas como em criança brinquei
Procurei no esconde-esconde minha namorada
Mesmo a vendo não queria apontá-la.
Procurei pelo melhor amigo
Que em criança eu sabia existir
Escondido correu e me fez
outra vez esconder o rosto.
Contar até dez continua sendo meu trabalho
Deixando de ver a namorada
Acreditando que ainda existem amigos
Mas sempre escondendo meu rosto!
A noite acabou!
Não me lembro das cantigas
A namorada foi embora,
Com o amigo que correu na frente!
Vou tentar ainda
Contar de novo até ...
Jaak Bosmans
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Vida...
Momentos
Momentos
Singelos momentos
Que me levem os ventos
Singelos mementos
Me invadem os pensamentos
Raízes dos tempos
Em ares cinzentos
Vida que me afaga
Lhe espero com uma adaga
O que interessa é lutar
Para que a felicidade possa nos encontrar
Alexander Bispo
O Amor Acabou
O amor acabou, por deixarem-no acabar...
Na clareira, infância longe, o coração
gira ao luar. Altas nuvens esgarçadas,
verde-azul o teu olhar, meneio de onda
cantando nas graças do teu andar. Cabelos
loiros ondeantes, claro riso de cristais. Roda
coração, roda, roda, e eu te quero mais
e mais. Depois o coração parou. Fiquei
só, a te esperar. Amargas mágoas rolaram
salgando as águas do mar. Dourado
coração de outrora, canto em luz, tudo
acabou. Mas sobrenada em meus sonhos,
O amor que acabou.
Antônio Fagundes
Quem Sou?
Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo...um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém
Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou?Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...
Sou um verme que um dia quis ser astro...
Uma estátua truncada de alabastro...
Uma chaga sangrenta do Senhor...
Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador...
Florbela Espanca
domingo, 18 de setembro de 2011
Madrugada
Madrugada passando,
Cabeça pensando...
Leoni tocando,
Ana Carolina esperando...
Aqueles momentos me lembrando.
Tua lembrança me desperta,
Aquela hora incerta...
Noite que esvai,
Você sobressai!!
Poesias na madrugada...
Teias que surgem do nada...
Ohh Madrugada!!
Alexander Bispo
Pedaços da Vida
O sonho de viver, a luta
de muito amar, passos que
eu dei no dia, na noite
e no madrugar!
Sofrimentos, distâncias
e saudades
sentir da terra que lá
deixei, mamãe, papai e manos
flores que no jardim cultivei.
Atrações e memórias eu guardei
dos lagos, dos peixes e dos pássaros,
que ao entardecer, gorjeavam,
gorjeavam, quando por lá passei.
Vinho no cálice, pé no chão,
camisa folgada e um grande calção,
tudo é infância, tudo é fantasia
Foram pedaços da vida de uma memória
vadia!
Antônio Fagundes
Verdes são os campos
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Luís de Camões
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
O Vento
O vento sopra,
ele se debate
O vento mostra que é forte,
ele consegue um empate
Por um instante
ele se deixa levar.
O vento acalma,
me ponho a pensar:
Este sabe lutar...
Passarinho,
Me ensina a voar...
Alexander Bispo
Havia Um Amor na Roda
Havia um amor na roda
que longe,longe, eu perdi.
E havia o palhaço
e as luzes do circo
e os leões, trapezistas,
e a música em susto,
e o riso, teu riso,
cascata de ouro,
cabelos de ouro
na roda girando
no meu carrossel.
Havia um amor na roda
que há muito já se acabou;
dele, agora, só me resta
O anel que se quebrou.
Antônio Fagundes
Se Eu Pudesse
Mahatma Gandhi
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Talvez Navegue
Talvez
navegue
Num mar
sem água
Numa vida
sem mágoa
Num coração
que não afaga.
Para quê?
Enfia-me
uma adaga...
Alexander Bispo
Uns Anos a Mais
Acredito no amor
Acredito na paixão
Por ter uns anos a mais
Não importa, quem manda é o coração
Sou sutil como as ondas do mar
Na calmaria de um verão
Entrego-me à nobreza
Tenho amor no coração.
Quando nas noites longas
Ouvires alguém te chamar
Sou eu te admirando
E querendo muito te amar
Tenho alguns anos a mais
Mas isso não importa, pois,
Tenho amor e saudade no coração
Deixa eu te chamar: Solidão
Antônio Fagundes
Alma de Outrem
É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.
Fernando Pessoa
sábado, 6 de agosto de 2011
Noite Vazia
Foda-se a simetria!!
Meu sentimento é que me guia...
Noite fria e vazia,
Conspirando com a solidão,
Peça a esta dama que
Devolva-me o coração...
Alegria que me pertence,
Não abandone a quem você alivia.
Nesta noite vazia,
Só tua presena me confortaria...
Alexander Bispo
Conquista da Liberdade
Na busca inconstante,
do percurso sol e vida
saciei a sede com a despedida.
Brindei ao raiar de um novo dia,
a festejar alegria.
Fiz um verso e prosa
numa ânsia louca de acordar,
- a perdoar os infelizes desta vida.
E numa vontade desiludida,
me libertei:
Estar consciente
razão de luta
Galopar por estradas e vilas
esperando encontrar nos rostos a certeza
de raiar a cada dia,
Sacudir a poeira do passado
- Cantei ao presente
como um Deus proibido,
chamei ao rei Sol uma leve canção
rumo a liberdade, de uma nova sempre-viva.
Brilhei desguarnecido
a olhar sobre fitas
o amor,
luz
e vida.
Antônio Fagundes
Modigliani e a Mulher
Quando conhecer sua alma, pintarei seus olhos.
Amedeo Modigliani
Dada a quantidade de nús maravilhosos que Modigliani pintou, deverá concluir-se que nunca chegou a conhecê-la...
Tarefa nada fácil...
(imagem e texto da net)
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Confusão...
Paro por um instante
OBSERVO MINHA VIDA
Algo não muito distante...
Perto desta etapa
Que se inicia
OU SE ENCERRA
Não importa
Agente só aprende
QUANDO ERRA
como será
DAQUI PRA FRENTE?
Não sei...
Mas quero você
PRESENTE
Tanto
a ponto
Que eu possa confundir
EU E VOCÊ
na minha MENTE...
Alexander Bispo
Memórias de Amor
O amor tem memória
E guarda na mente as canções que um dia
Cantei pra ti...
Os murmúrios e as vozes,
As traições, os medos...
- O beijo roubado -
As tuas confissões mais íntimas.
Os anos passaram,
Como também passam as estações...
Mas as lembranças permaneceram,
Assim como sementes... frágeis sementes,
Que se escondem por algum tempo
E depois desabrocham.
Ao ver-te, alguns anos mais tarde,
Em vão fui buscar aquela menina cheia de sonhos
E de inocência... pois a menina virara mulher,
E não mais encontrei a graça da inocência
Em teu olhar.
Estava tão nebuloso!... Tão cheio de ódio!!
E hoje... talvez, ao leres esta poesia,
A ti mesma perguntarás:
De que menina e de que tempo ele estará falando?...
E certamente... certamente, não compreenderás!!
Não compreenderás??...
Antônio Fagundes
Encontro com a Solidão
Me amparo no calor e no frio,
na busca do que sei nunca encontrar!
Aqui se torna mais longe o meu retorno
Porque em choro silencioso escondo lágrimas.
Tormentos em faces de alegrias!
Enquanto dormem, faço versos!
Busco lugares, destroços, e rios!
Pinto todos de cores pálidas e depois rasgo!
Caminho entre o tempo e escorrego pelo espaço.
E encontro o desolar da solidão.
Jaak Bosmans
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Confissão
Criança petulante
Mulher irradiante
Alma de menina
Idade de mulher
Teu jeito me alucina
Peça tudo o que quer
Paixão?
Ilusão?
Diga-me agora
Antes que eu vá embora...
Faz parte da minha razão.
Alexander Bispo
Buquê de Flores
Fiz de minha vida um grande buquê de flores
Mas não encontrei a quem dar. E assim as flores,
uma a uma, Começaram tristemente a murchar.
Umas cairam como lágrimas, Outras de pura
melancolia, Nesta vida de desenganos Caíram
algumas, até mesmo, de alegria. Mas que buquê
tão estranho... Ao invés de sumir ele cresce.
Pra cada flor que se inclina Mais um espinho
aparece. Só que as flores de minha vida
Logo caem sem choro ou ais. Mas, os espinhos
bem fundo ferem E não me deixam nunca
mais.
Antônio Fagundes
Amargo recheio
Descubro-te desnuda
E debruço,
No escuro pra te embalar
Como em noite de luar,
Em toques de ternura.
Te escuto o silêncio.
Te falo calado.
Sem enfado me descubro desnudo,
E rebusco nestes dois corpos
Aquele que é um só.
Me recubro de lembranças,
Mas recuso voltar no tempo.
Me envolvo em travessuras,
Travesseiros, mas sem teus seios.
De culpas recheado, já percebo
Apenas dormências.
Reminiscências de um gostar de você,
Na permanência da sua ausência.
Jaak Bosmans
domingo, 24 de julho de 2011
Palavras
Inconstante
hei de ser
por momentos
posso nao parecer
Agradei-te
com
palavras
Obrigado por me entender
Machuquei-te
com
a verdade
Lamento...
Procure o porquê.
Alexander Bispo
Lembranças
Das poucas brandas vezes que me lembro de ti,
Tu me vens pálida...
Às vezes sorrindo, às vezes chorando!...
E por toda a noite
Tu ficas velando
O meu sono tardio.
E daquele amor inefável e misterioso
Restaram somente rastros...
Restaram somente ruas, somente sonhos...
Somente marcas
- Somente cartas -
E a ilusão e a magia
Da eternidade do primeiro amor,
Que se perdeu na solidão efêmera do caminho
Na busca errante da felicidade.
Antônio Fagundes
Ruinas da amizade
Quando você encontra alguém especial e se apaixona por essa pessoa, você começa a construir um relacionamento com os cuidados de quem constrói uma Maravilha.
Seus materiais básicos são constituídos de muito Amor, Companheirismo e Dedicação.
Até que um dia algo terrível acontece, jogando por terra toda sua construção. ...
É desalentador e faz mesmo pensar que todo seu trabalho fora em vão.
Mas isso é ledo engano: se construístes tudo realmente com beleza e pureza de sentimento, restará ainda uma magnífica Amizade.
Assim como as mais majestosas construções da Humanidade deixaram suntuosas ruinas das quais cuidamos e admiramos, a Amizade fruto de um Amor de verdade, deve e merece ser preservada.
Augusto Branco
sábado, 16 de julho de 2011
Morbidez de um Dia...
Dia Mórbido
Asqueroso
Cinza
Neutro
Consuma-me híbrido
sem noção
Como um verme
em uma prisão
E você?
Porquê me dilacera
a razão
Se não alimentarás minha paixão...
Devolva-me o coração !!!
Alexander Bispo
Pára, chuva!
Bate a chuva na janela, bate, bate sem parar.
Pára, chuva! Lembro aquela... Pára não quero chorar.
Bate a chuva. Os olhos dela, verdes, tristes a cismar...
Pára, chuva! Lembro aquela que eu amei longe, no
mar. Loira e frágil, fado e sonho, chuva, nos viste
noivar. Pára, chuva! Desespero. Pára! Já estou a
chorar. Pára, chuva! Não? Não cales: como eu
não cessei de amar chora, chuva, chora sempre,
nunca pares de chorar. Chora mas bem de mansinho,
chora em canção de ninar, que ela dorme
entre as sereias: foi roubada pelo mar.
Antônio Fagundes
Saudades
Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte.
Que bem pensara vê-lo até à morte.
Deslumbrar-me de luz o coração! Esquecer!
Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte.
Deve-nos ser sagrado como o pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar.
Mais a saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Música: Razão e Emoção
Uma música
invade-me o coração
música celta
que me doma a razão
esqueço do mundo
volto a meu interior
esqueço de tudo
quero entender o amor...
fujo da coesão,
procuro a ilusão,
destas desconhecidas palavras
que me invadem o coração...
Emoção
Tola razão...
Ou seria;
Razão
Tola Emoção...
Alexander Bispo
Deixo-te
Deixo-te, filho, ao despedir-me agora, a espada
de prata do meu sonho, armadura de aço do meu
sonho, o corcel flamejante do meu sonho, a busca,
sempre a busca, do meu sonho. Deixo-te as nuvens,
pelo azul viageiras, e em meu jardim abelhas, beija-
flores, cigarras, borboletas e perfumes, os girassóis
fiéis somente à luz, e as árvores - tão poucas! -
que plante para os ninhos e as sombras em carícia,
e a música das brisas, ao luar. Deixo-te, mais,
alguma solidão, para que encontres, face a face a Deus,
e tranquilo, te olhes, nos teus olhos, por não teres
perdido a identidade. Piedade, ainda, eu te deixo, meu
filho, por ti, por mim, e pelos homens todos,
arrastados da fome insaciável de alturas, mas
prisioneiros, sempre, do anseio de pecar.
Antônio Fagundes
Coisas que a vida ensina depois dos 40
Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para
mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que
abrem portas para uma vida melhor
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...
Artur da Távola
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Teus Laços e Abraços
Teu jeito me enlouquece
Teu olhar entorpece
Queria a teu lado estar
Lhe agradar e amar
Quero teu abraço sentir
Meu carinho lhe provir
Simplesmente espero
Lhe encantar com palavras
Lhe aquecer com abraços
Doce carícias dos teus lábios
Protegido estou em teus braços
Amarra-me com teus laços...
Alexander Bispo
A Lógica
A lógica é a coroa que cinge a fronte dos
lógicos, dos coerentes, dos racionais;
daqueles que buscam, incessantemente, sublimar
e perpetuar o que se pode intuir. Daqueles que
passam a vida sem questioná-la, sem denunciar
o que os predadores fazem com ela, tornando-se
por isso, cúmplices de si mesmos. Dizer o óbvio, é
ficar mudo, pois entre o silêncio e o que dizem,existem
apenas as meias verdades. Prefiro não patrulhar meu
cavalo alado e deixar que ele voe a seu bel prazer,
que ele corra a esmo. Sei que assim a tortura é
menor e estarei sendo fiel comigo mesmo. Por isso, permanecerei
na ilogicidade, na incoerência, na irracionalidade,
porque é acima destas que estão os valores maiores:
aqueles valores que poeta algum ousará sondar.
Entenderam? Eu também não. Mas sinto-me aliviado por
tê-lo dito. O importante, ainda que não se entenda,
é que se diga.
Antônio Fagundes
Alma perdida
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
Florbela Espanca
sábado, 25 de junho de 2011
Pensamento em Branco
Folha em branco
do meu pensamento
Contra ti
não há argumento
Paro...
Sento...
Invento...
Mas só
Na presença...
Este momento
Vou ficar
no contentamento
Inflige-me
este sentimento
Por falta deste sortimento
Lamento...
Alexander Bispo
Lágrima
Sou eu a lágrima de tristeza
Que brota verde dos olhos teus...
E violentamnete percorre a doce face tua,
E vai... amadurecendo aos poucos.
E num ímpeto - hoje censurado -
Da mais louca saudade,
Busca morrer brandamente
Na suavidade dos lábios teus.
Sou eu... a lágrima imperceptível
Que vagueia solitária e nua
Na impassibilidade das curvas
Do lindo corpo teu...
Sou eu!... tenha a certeza, sou eu!!...
Essa triste lágrima fria que,
Na total ausência dos lábios teus,
- Sangrando - cai, inocentemente,
Aos pés do corpo Amado.
Sou eu...
Antônio Fagundes
Fanatismo
Minhálma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és se quer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio do Fim!..."
Florbela Espanca
quinta-feira, 23 de junho de 2011
No encontro de nós dois
No encontro de nós dois
Despi-me das armaduras e me revesti de desapegos
Não te queria.Pra que te ter?
No encontro de nós dois era importante que continuássemos dois
Não encontramos pedaços perdidos de nós
Encontramos inteiros que podemos amar.
No encontro de nós dois
Abriu-se uma fenda na paisagem daquele por de sol
Não te queria em despedidas nem mesmo em reencontros
Cada amanhecer me pertencia e eu te oferecia em bandejas,
Ainda na cama, os primeiros raios da luz.
No encontro de nós dois
Teve lua ,teares de estrelas ,e convite pra ser feliz.
Beijos com um só riso ,e me aconcheguei logo, em quase nada.
E que era tudo.
Me desfiz em lágrimas ,e colhi-as nas mãos,
Só pra jogar pro alto e vê-las se transformando em brilhos.
No encontro de nós dois
Grandes cavalos alados e pequenas gotas de vento
Transformavam cada palavra em vestimentas de ternura.
Foi assim,que se deu: em mágicas, aventuras, e sonhos
O encontro de nós dois.
Jaak Bosmans
Aos Apreciadores
A você que aprecia
O dom da poesia.
Vem a noite e balbucia,
O que você queria...
Tenho algo a lhe prover,
Corra e venha ver.
Foi para você este tecer,
Para tua alegria entorpecer.
Este rabisco que neste momento lê,
Foi feito para você!
Com o intuito de lhe agradecer...
Obrigado por me compreender.
Alexander Bispo