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segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Egocentrismo
Egocentrismo do meu ser
Inebrio-me de prazer
Tolo idiota
A pensar em você
Não por te amar
Mas
Por ser você
A única
A me completar
Alexander Bispo
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Só...
Só...
Estou sozinho
Olhando o firmamento
Pontilhado de estrelas mil
Sinto que a brisa quente e doce,
Traz o aroma das rosas desfolhadas
E a melodia de uma valsa inesquecível.
Penso em você distante, em outras plagas
E a saudade me invade o peito pouco a pouco,
O oceano imenso nos separa impiedosamente,
Mas, se neste instante você fitar o céu,
Verá uma estrela cadente e fugaz
Desenhando um facho luminoso.
Já não estou mais só.
Seu olhar atraído
Pela mesma luz,
Se encontrou
Com o meu
No céu.
Antônio Fagundes
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Posso Escrever os Versos Mais Tristes Esta Noite
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Pablo Neruda
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Pensando em Ti
Razão do meu rabisco
Penso em você
e nem pisco
Nem imagino onde estarás
Espero te encontrar
Sonho-te
Dispo-te
Sacio-me
Mas por um momento
volto a respirar
Para que
cheio de ar
Volte em você
a pensar.
Alexander Bispo
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Meus Rabiscos
Mecânica da Vida
De repente...
Sou pego de surpresa
Pela fatídica mecânica da vida,
Que vai matando aos poucos
Os restos de poesia
Que ficaram sangrando dentro da alma,
Nebulando a minha paisagem
E paralisando a minha expressão!...
E as engrenagens giram, giram, giram...
E sobre a estante do quarto,
Caixas de Valium e Tofranil,
Algumas poesias perdidas
Na amarelada folha de papel,
E uma Parker, com o teu nome gravado...
Que - infelizmente -
Nunca mais escreveu nada,
Nada, nada...
Antônio Fagundes
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Meu Pai e Mentor
A vida e o livro...
A tragédia do homem é esta: confundir o cenário teatral com o da vida.
Nas alturas em que os outros filósofos acham necessário escrever livros, eu escrevo um pequeno parágrafo. Se um livro é realmente necessário, julgo que deve guardar-se o maior silêncio.
Nietzsche
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