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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Se todos os meus passos me trouxessem o saber

Dor líquida, e me chove punhais.
- Por que ter corrido tantos caminhos?
Por que ter transposto os umbrais?
Por que, lobo, ter uivado nos mortos andurriais
Se me lanha braçadas de espinhos?

O amor, meigo fogo, angelical candura,
Irascível duende de horrenda face;
E não abrandou as penas ter domado as fúrias,
Não me calou o peito rosário de lamúrias,
Nem me abriu as asas todos os desenlaces.

Atravessei guerras - de cada lâmina, todos os cortes;
E com as cicatrizes cobri o corpo - floridas tatuagens.
A minha mão que tanto bateu; impiedosa, subjugou fortes;
Perdeu o rumo, desprendeu os nortes,
Desterrando-me em inclusas viagens.

Ah, eu não supunha ser tão acre o sofrer!
Já não cria poder, outra vez, chorar!
Se todos os meus passos me trouxessem o saber,
Eu aprenderia a morrer,

Eu saberia como não mais AMAR.

Antônio Fagundes

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