
Do solo - emanado de gratidão e apreço -,
abre sulco e penetra no mangue e lama...
Roça na vidraça - a enfrentar todas as mágoas
e dentro da pequenina casa em sua total nudez;
jorra no campo seco, abraça e semeia terra,
enrola nas escarpas até deitar-se no vale mais amplo,
e correr mais solta.
A chuva.
Em meio a torrente agitada e lenta e lenta -
com o chão a traçar caminhos e fuga -,
as águas param em cumprimentos especiais,
sem pecados na macia cama de verde e manhã.
já em riste - e em lentes espirais -,
cujos jorros de pingos e movimentos finais
engravidam docemente e reproduzem toda a natureza.
Antônio Fagundes
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